sábado, setembro 29, 2007

FECHADA EM CASA: DIA 5...

10h00: a minha mãe traz-me o correio do escritório... e não é que uma secretaria de Estado de um Ministério X me manda um ofício que chegou anteontem a fixar uma reunião em lisboa, na segunda-feira à tarde?!... pedi a reunião nos primeiros 3 dias de Setembro (via correio claro, porque ao telefone é uma heresia!), desde então telefonei umas 5 vezes, uma delas ainda na quarta-feira desta semana, e ninguem era capaz de me dizer qual era a data que "Senhor Dr." tinha fixado... e AGORA RECEBO O FDP DO CORREIO NA CAMA, INTREVADA ATÉ ÀS PONTAS DOS CABELOS, PA IR ATÉ LISBOA NA SEGUNDA-FEIRA??? SERÁ QUE É POSSIVEL????
Às vezes gostava de ter poderes para mandar tudo pelos ares, poder mandar estalos a torto e a direito, arrancar a pele destes *onas, que só conheceram tachos na vida.
15h30: Vi e ouvi com mais cuidado a eleição de Menezes como presidente do PSD... Ok...Sinceramente, será que só sou eu a ver que o gajo é oportunista...um vaidoso? Ou será que virei paranoica?
Ouvi jornalistas a relatar o fim de tarde de ontem dele: voou de Gaia para Lisboa...aterrou com o seu jacto...tomou um avião privado..."... Ninguem acha mal? É normal? Ou os valores alteraram-se e eu estive a viver noutro planeta esse tempo todo, ou então anda tudo com o cérebro entalado!

sexta-feira, setembro 28, 2007

FECHADA EM CASA: DIA 4...

(Pimousse Farto de Mim-Rubia)


O mal no estar presa, é que não se pode fugir... verdade de Lapalisse, certo, mas verdade na mesma. Assim, quando se está presa à cama e que temos de ouvir um paleio sobre preços de pneus, por exemplo, não há maneira de não ouvir. Podemos, gritar que não, mandar calar, espernear (nem isso... só maneira de falar),mas não fica bem.


Às vezes gostava de ser gato.

quinta-feira, setembro 27, 2007

FECHADA EM CASA: DIA 3...

O mais estranho nesta situação é que já me apercebo ou reconheço, melhor dizendo, os prazeres da liberdade numa prisão de luxo.

Tenho tempo.

Tempo para disfrutar da música, e sonhar de olhos abertos. Penso que não fazia isso desde há uns 10 anos atrás:

«(...)No peito dos desafinados, no fundo do peito dos desafinados, também bate um coração... tada..tada(...)»



Tempo para reflectir, ponderar, sobre (quase) tudo.

Por exemplo, dei por mim, a imaginar as razões e os medos mais profundos que encehram essa mulher espanhola que fez a seguinte declaração, (mais ou menos): "Fotografei a menina, porque tinha a pele muito branca, era louríssima, e estava acompanhada de magrebinos (leia-se bronzeados e morenos de pele)". Até aqui tudo bem, teve uma duvida, fez o que devia (mas fez mal diga-se de passagem, porque a foto é de uma qualidade duvidosa, e se estava tão preocupada, parava o carro e ia ver com os proprios olhos... mas o que se segue, percebe-se o porquê de ela não parar). Continuando, ela acaba por dizer uma estupidez monstruosa: "se não for a Maddie, então foi outra menina raptada"... ... ... Tenho a sensação que isso passou COMPLETAMENTE despercebido (só nos canais espanhois, ouvi reacções valentes). A dita senhora não sabe que no norte de de certos paises magrebinos há gente loira, muito loira e com pele clara: o povo Berber... mas claro, não é obrigação da senhora saber... a obrigação da senhora é de não acusar sem fundamento, ou de acusar por "medo" do desconhecido, do estrangeiro... porque o estrangeiro é forçosamente mau, feio, e rapta meninas bonitinhas e loirinhas. Ainda há tanto para fazer. Talvez regredimos.


Tempo para fotografar o meu gato adepto da sesta encima dos meus livros, ou da almofada que me serve de apoio à perna.

Tempo para desfrutar do pôr do sol às oito menos un quarto, através da minha janela dos estores abertos. (Deus existe. )

Tempo para acabar de ler uma biografia da ultima rainha do Irão, exilada, e (re)ler Machado de Assis:

«(...)Naquele instante, a eterna Verdade não valeria mais que ele, nem a eterna Bondade, nem as demais Virtudes eternas. Eu amava Capitu! Capitu amava-me! E as minhas pernas andanvam, desandavam, estacavam, trémulas e crentes de abarcar o mundo. Esse primeiro palpitar da seiva, essa revelação da consciencia a si própria, nunca mais me esqueceu, nem achei que lhe fosse comparável qualquer outra sensação da mesma espécie. Naturalmente, por ser minha. Naturalmente também por ser a primeira.» (Dom Casmurro)



E tempo para ver programas de TV, que em tempo normal não posso ver:

«Pero de donde sacas la informacíon??!! De South Park??» Noche Hache - Cuatro

quarta-feira, setembro 26, 2007

FECHADA EM CASA: DIA 2...


São 10h40, e já fiz tudo o que tinha para (e podia) fazer: telefonemas, requerimentos, correio, fixação de nova data para reunião.

Mais uma hora no Messenger com a minha irmã, contando-me as ultimas novidades da capital.

Restam 12 horas antes de me mudar para a cama e dormir.

Vou certamente aproveitar para "por a leitura em dia". Que expressão tão estupida, credo.

terça-feira, setembro 25, 2007

INTREVADA...

Não sei se o destino anda a pregar-me partidas (que não tem graça nenhuma), mas hoje estava eu a despachar para estacionar o carro fora das muralhas e a "correr andando" (tipico de quem anda com uma carrada de coisas nas mãos e que é visceralmente contra os atrasos), e dei por mim a pensar que não queria esta vida pra mim (outra vez...)... e não é que nesse preciso momento, "estala-me" o musculo ou o tendão da perna esquerda!!! Fiquei no mesmo sitio, sem poder dar um passo para a frente! Direcção urgências...
"Vòxê tiene que ficarrr dé repouço una semana nô minimo, con la pierna suxpensa; So puede lévantarrr-se parrra irrr al baño. E beberrr mucha agua!"
Assim?! Sem notificação prévia? E prazo pa contestar,não há?

*ODA - SE!!!!

segunda-feira, setembro 24, 2007

...DO CARAÇAS!...


Ontem completei 32 primaveras...

Nada de especial, só para dizer que sou poderosa, estupenda, e que gosto cada vez mais de mim.

OBRIGADA!...


Obrigada por me teres desejado "Happy Birthay!" assim de tantas formas...
Obrigada por seres tão original, nunca me cansaste uma só vez!
Gracias por partilhares os meus gostos, "passadas", delírios... e sem mesmo nenhuma de nós, dizer uma só palavra.
Merci por perceberes a minha mala educacíon, por vezes .
Thank you very much
my friend!
...e um dia, serei tão poderosa e rica que te oferecerei
isto (qual Galiza qual quê! Um spa nas Caraibas durante 15 dias!)

quinta-feira, setembro 20, 2007

Pedido de desculpas aos ciganos...

Ainda me doem os queixos de tanto rir...

quarta-feira, setembro 19, 2007

Quero ir para casa...


Hoje já estou a deitar os bofes, e a santa ainda vai no adro! E claro, é nesses dias, que me aparecem à frente as situações mais irritantes. Claro, eu sei, elas "aparecem" precisamente porque estamos num dia mau. Muito mau diga-se de passagem (daqueles em que responsabilizamos os pais, por não ter nascido gajo). E então, começa logo ao chegar, à porta do escritório, com os habituais amontoados de espanhois que vem à feira da quarta-feira.
Quero estacionar.
Vejo um carro com dois velhotinhos com ar simpatico de Teletubbies (meu Deus, como eu devo ter o radar avariado!), a querer sair do estacionamento.
Faço sinal, e pergunto se estão para sair, ao qual respondem com ar de "não me chateies senão faço-te uma crise de alzheimer": "sim, sim".
Espero, espero... espero... A velha sai, abre a mala do carro, tira os medicamentos, a aguinha mineral, bebe, arruma... entretanto, apitam-me porque estou a impedir a passagem... ela entra novamente, fala, ele liga o motor... falam outra vez... ela resolve sair novamente... faz ar de quem não está a ouvir nada, como se nada fosse. Reduzi-me ao silêncio o tempo todo, completamente babaca com os parvalhões. Finalmente, o velho sai, mas antes, abre o vidro, olha pra mim e grita: "A tua mãe não te deu educação?!!!" e depois qualquer coisa, como o habitual "a juventude de hoje...etc e tal". Naquele instante, juro que desejei que eles levassem um xuto no cu, ou que um pombo com problemas intestinais lhes derretesse com merda encima!
A partir daí tudo correu melhor...
Conclusão: Sempre achei que devia desconfiar dos Teletubbies

segunda-feira, setembro 17, 2007

(MAIS) UM PONTO DE VISTA

Não posso deixar de pensar diáriamente nesse caso, que acabou (ou que vai acabar) por ser um case study em muita matéria: o caso Madeleine MacCann.
Não posso deixar de opinar, porque sim, tenho o "bichinho", como qualquer humano neste planeta: o da curiosidade (morbida? Sim... considerando que todos os detalhes macabres nos fazem "vibrar", por mais que possam ser crimes hediondos e talvez "impensáveis").
E finalmente, não posso deixar de opinar porque tenho uma irmã caçula, em Leicester, na Inglaterra, foto-reporter e enviada especial, a fazer de tudo para esmerar-se (digo isso com o sentido todo: já rasgou as unicas calças de ganga que tinha levado, já se lesionou no pé, dorme mal, e até a equipe por lá enviada, encontrar um excelente restaurante português, comiam muito mal e a más horas). Contudo, sei que ela está feliz, e nós ainda mais (os pais não sabem da lesão, nem muito menos da "malnutrição", isso porque sei que para pais lusos, é deveras e genéticamente INCONCEBÍVEL que as suas crias possam ter problemas a esse nível. Também não leêm este blog...).

Mas siga o andor! Depois de justificar (??) a minha seguinte opinião, apresento aqui alguns pontos:
1. Odeio essa tal de porta-voz dos Maccann, que tem nome de cerveja britanica, e que só tem contribuido para a má imagem do dito casal. Esse sentimento culminou no dia em que a mãe da menina desaparecida, foi constituida arguida. Ela, vermelha que nem um pimentão e cheia de raiva, responde aos jornalistas presentes, que era impossivel considerar uma mãe tão esmerada e atenciosa com os seus filhos, como suspeita. Casal tão bonitinho, filhinhos loirinhos e perfeitinhos, familia cheia da nota, aiii tão riquinhos. Burra! 3 vezes burra! Nem sei como no meio de tanto jornalista, não houve uma alma que lhe interjetasse qualquer coisa parecida com: "HELLLLOOOOOOOOO????!!!!!"

2. Senti nojo quando as pessoas presentes, rente à PJ de Portimão, vaiáram a mãe de Maddie que estava a chegar para ser interrogada como arguida (eh pá... ficaram uma manhã inteira plantados, á espera da mãe da menina. Como é possivel desperdiçar tanto neurónio, em tão pouco tempo?. Essas pessoas devem ter uma doença congénita que deve envelhecer rapida e prematuramente o cérebro... é mais outra teoria minha).
3. A cara da Kate MacCann sempre me encomodou. E não digo isso só de agora. Não sei explicar. Contrariamente ao que diz a generalidade, acho que ela tem SEMPRE a mesma cara de sofrimento. Seja lá o sofrimento que for: de remorsos ou de perda.
4. Também sempre achei muito estranha, essa campanha mediatica desenfreada dos pais para procurar a filha. Não que não seja louvável. No entanto, tanto alarido, só poderia ter como consequência o fim trágico do próprio objecto da busca: a Maddie. Que criminoso se aventuraria a andar por este mundo fora, com uma menina mais conhecida do que o Pápa?
5. Falando do Pápa... No comment.
6. E finalmente, a pergunta que (quase) todos tem em mente: se todos os indícios tendem a apuntar os pais como criminosos, como foi possivel (materialmente, psicologicamente, e humanamente) aos pais, esconderem o corpo durante 24 dias, e em seguida, transportá-lo no proprio carro, em plena luz, não do dia, mas da comunicação social, e fazê-lo desaparecer?

terça-feira, setembro 11, 2007

French Freak...





O "determinismo" económico de certos analistas sempre me encomodou... daí que gostei de ler esta crónica, num jornal que até deixei de ler, por achar que tinha acabado por ter só um ponto de vista...

quinta-feira, setembro 06, 2007

«Il y avait des ténors et il y avait Pavarotti» Franco Zeffirelli

Me dispiace molto...




Luciano Pavarotti: "Granada" by Augustin Lara

quarta-feira, setembro 05, 2007

Monstruosidade...



(João Cipriano, tio da pequena Joana, desaparecida)




Independentemente de ele ser uma pessoa horrenda, e nojenta, este homem, infelizmente para nós todos, continua a ser um homem. Não é um monstro... infelizmente. Antes fosse.
A Humanidade não se pode desresponsabilisar face aos crimes que ele cometeu.

Da ambição...


do Lat. ambitione
s. f.,
1.desejo veemente de riqueza, honras ou glórias; 2. expectactiva em relação ao futuro; aspiração; 3. cobiça; ganância; 4. [fig]
sede
(in Dicionário da Língua Portuguesa 2006, Ed. Porto Editora)

Penso que desde que me conheço como gente, que tenho ambição. Aprendi a ter vergonha de a ter quando cheguei cá, nem sei bem explicar porquê. E também trataram de me conformar.

Perdi a coragem. Como foi possivel? No entanto, sim, admito: vacilei. Não deu para prever essa queda. Queda? nada de abismos, só um buraco... profundo. No início nem dei por ele, e deixei-me estar, atordoada, sem saber como sair. Sem parâmetros, nem regras. Provei da tristeza, da desilusão, da imcompreensão, e até da depressão (sem Xanax). Houve sinais de esperanças... momentos furtivos, em que parecia-me que até a providência estava contra mim!


Há um ano pr'a cá, iniciei o meu reerguer. E então, voltei a sentir essa sede.