segunda-feira, janeiro 26, 2009

A Revelação...


Se hoje sou cristã, é certamente devido a Paulo de Tarso. Falo da minha fé cristã, não como daquela que herdei dos meus pais (da minha mãe se formos justos), mas daquela que me converteu verdadeiramente, ainda adolescente.

Claro, tive as minhas dúvidas e rejeições... até houve o afastamento durante uns tempos (um ano?).
Mas voltei, e aconteceu exactamente como o cliché do filho pródigo.

Percebi que o tempo dos homens, não é o relógio de Deus, que apesar de tudo o que nos avassala no quotidiano, se confiarmos cegamente Nele, viveremos uma vida digna desse nome.

Na conhecida 1ª Epístola aos Coríntios, Cap. 13, S. Paulo fala numa linguagem simples e acessível de quem percebeu o que afinal é tão óbvio. Nunca me esquecerei do dia em que ouvi esse poema:

Quand je parlerais les langues des hommes et des anges, si je n'ai pas d'amour, je suis un airain qui résonne, ou une cymbale qui retentit.
13.2
Et quand j'aurais le don de prophétie, la science de tous les mystères et toute la connaissance, quand j'aurais même toute la foi jusqu'à transporter des montagnes, si je n'ai pas l'amour, je ne suis rien.
13.3
Et quand je distribuerais tous mes biens pour la nourriture des pauvres, quand je livrerais même mon corps pour être brûlé, si je n'ai pas d'amour, cela ne me sert de rien.
13.4
L'amour est patiente, il est plein de bonté; l'amour n'est point envieux; l'amour ne se vante point, il ne s'enfle point d'orgueil,
13.5
il ne fait rien de malhonnête, il ne cherche point son intérêt, il ne s'irrite point, il ne soupçonne point le mal,
13.6
il ne se réjouit point de l'injustice, mais il se réjouit de la vérité;
13.7
il excuse tout, il croit tout, il espère tout, il supporte tout.
13.8
L'amour ne périt jamais. Les prophéties prendront fin, les langues cesseront, la connaissance disparaîtra.
13.9
Car nous connaissons en partie, et nous prophétisons en partie,
13.10
mais quand ce qui est parfait sera venu, ce qui est partiel disparaîtra.
13.11
Lorsque j'étais enfant, je parlais comme un enfant, je pensais comme un enfant, je raisonnais comme un enfant; lorsque je suis devenu homme, j'ai fait disparaître ce qui était de l'enfant.
13.12
Aujourd'hui nous voyons au moyen d'un miroir, d'une manière obscure, mais alors nous verrons face à face; aujourd'hui je connais en partie, mais alors je connaîtrai comme j'ai été connu.
13.13
Maintenant donc ces trois choses demeurent: la foi, l'espérance, l'amour; mais la plus grande de ces choses, c'est l'amour.

3 comentários:

António Conceição disse...

Pois eu, até hoje, não fui bafejado pela graça da fé. E, ao menos por enquanto, não foi este texto de S. Paulo que logrou rasgar o manto das trevas em que, sem fé, porventura vivo.

"L'amour est patiente, il est plein de bonté; l'amour n'est point envieux; l'amour ne se vante point, il ne s'enfle point d'orgueil..."

Todos os poemas que incluem a referência ao amor ser (ou não ser) qualquer coisa são muito maus.
Não por acaso, o pior soneto de Camões é o miserável "Amor é um fogo que arde sem se ver...".
Om mesmo se passa com o texto de São Paulo. Apesar de tudo, não tão mau como o soneto de Camões e infinitamente melhor que o também bíblico "Cântico dos Cânticos".

Rubia disse...

esse «amor» refere-se ao amor do próximo, seja ele romântico, fraternal ou universal... até, para perceber melhor esse «amor», as traduções divergem: algumas vezes aparece a aplavra «amor», outras, «caridade» (charité)... de nada tem a ver (ou pouco...)a ver com o famoso soneto de Camoes (partilho o seu desdem pelo mesmo).
O ódio ao do Canticos dos Cãnticos, tem a ver com algum trauma da s/ cerimónia de casamento ? (hehehe... tb nao gosto mto, mas até se «come»)

António Conceição disse...

Não, cara Rubia. O padre sugeriu o Cântico dos cânticos, mas eu rejeitei liminarmente. As leituras foram do "Sermão da montanha" (único texto bíblico em que me revejo) e o "poema do dons" de Jorge Luis Borges. Descobri na altura que se podiam ler textos que não os da Bíblia. pelo menos, no meu caso, o padre deixou.