quinta-feira, novembro 01, 2007

Estudo, logo III... ou divagações de uma noite de marranço

Acabo agora de analisar uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (é assim que se traduz?), chamado Kamasinski c/ Austria... Revoltei-me sozinha, aqui neste fim do mundo, leia-se uma aldeia da provincia da provincia logínqua da Europa, sem ninguem para poder ouvir-me, com quem discutir, argumentar... aliás, nunca pensei que essa loucura, alguma vez me tocasse... credo, tou perdida!
O caso, é de um americano que foi passar uns tempos pa Austria, e acabou por lá nos calabouços horrendos daqueles... daqueles... euuuhh... bem... daqueles gajos que produziam aquele fdp inomável que gerou a 2a GM (aaiiiiii os preconceitos, já comecei!), lá pelos anos 70. Interrogaram o gringo várias vezes, foi objecto de inquéritos, de difamação nos jornais austriacos, de pré-audiência (??), de audiências coloridas e variadas, e... interpretação e tradução??... ta quieto! foi à maneira deles: umas vezes com a ajuda de outros detitos, outras com um advogado meio chato que tinha mais que fazer que andar a aturá-lo (leia-se que com o que ele ia receber do Estado, mais valia, ao ver dele, ficar sossegado). O chefes de acusação foram lidos assim no"mais ao menos", por "alto" em inglês, houve julgamento nas mesmas condições, e até nem se diganram a fornecer-lhe uma tradução da decisão. Recorreu tanto quanto pode, lá conseguiu mudar de advogado entretanto: estáva-se tudo a cagar pra ele. Saiu de prisão e já nos USA, decidiu recorrer para o TEDH, queixando-se do não cumprimento dos artigos 6, e 14 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, pela Austria (signatária da CEDH). De facto, queixava-se de não ter tido um processo justo (falta de traduções, intérpretes, impossibilidade de ter acesso ao seu processo, impossibilidade de assistir ao interrogatório das testemunhas e partes civis, etc.)), e que por isso tinha sido vítima de discriminação, considerando o cidadão austriaco na mesma situação.

Estava à espera de uma condemnação da Austria. Não foi o que aconteceu. O tribunal não atendeu ao gringo, em quase nada (e o pouco em que foi atendido, nem deu para ter uma indemnização). NADA! Por muito menos, houve condemnações anteriormente. Mas os acordão é tão comprido, que dá para perceber entre linhas, que os juizes deste tribunal internacional, quiseram punir um americano chato, que sempre se queixou, sempre andou revoltado.
Pareciam que queriam dar uma liçãozinha ao gringo! pffff! e eu que pensava que esses juizes eram juristas do mais fino que havia, intelligentes, ponderados... modelos! afinal não passam de gente normal: que tem os seus vicios comuns, as suas falhas obvias, as suas alturas de "rez-vez-campo-de-ourique"... pfff, despreziveis...

1 comentário:

Eira-Velha disse...

Ok, se servir de paliativo também podes ver por aqui coisas parecidas...