quarta-feira, dezembro 27, 2006

LE BOUCHON...

Não quero ser mais advogada.
Pronto.
Não quero.
Não presta.
Não gosto.
Quero mudar de vida. Ou pelo menos, ter um objectivo que não seja andar o dia todo com requerimentos para trás e para a frente, a escrever frases feitas.

Tive esse "clic" (aquele barulhinho que se ouve ao rodar uma chave na fechadura) hoje ao ler a resposta de um juíz ao meu requerimento para fixação de honorários oficiosos.

É que já não basta trabalhar-nos quase de borla para o Estado, empenhar-nos como se fosse um cliente "normal", sermos pagos com um ano de atraso, mas não ... isso não basta... o coitado do juíz em questão (digo coitado, porque a vida dele deve cingir-se a isso: encontrar um meio... uma graça na vida dele, com respostas , qual estupidas, qual descabidas... não... sem utilidade tout court) respondeu-me que a apresentação do meu requerimento devia ser um lapso visto que tinha apresentado uma procuração da minha constituinte (isso implicaria o pagamento dos honorários pela tal senhora, directamente... a senhora não tem meios de subsistência...).
Eu explico: ele já sabe e tem prova documental no processo que a tal constituinte beneficia do dito apoio judiciário para (e passo a citar) instaurar processo e pagamento de honorários de advogado. Eu juntei (e ele sabe) procuração porque no decurso da inquirição pelo Ministério Público, o empregado pediu-me (faz isso sempre, e com qualquer advogado) uma procuração AINDA QUE EXISTISSE A NOMEAÇÃO DA ORDEM E OS PAPEIS A DIZER QUE SE TINHA QUE NOMEAR UM ADVOGADO.
Nem sei como hei-de qualificar a atitude desse coitado. Tenho pena.
E estou a atingir o ponto de saturação.

2 comentários:

MF disse...

até tem a sua piada, falar sempre cheia de tricos e de trecos!
o filtro solar não funciona neste caso de saturação?

MF disse...

não... aqui o que se aplica é: "tome bastante cálcio" (p.40)