Da intimidade...

Lembrei-me há pouco que já não tenho «sitio» nenhum para escrever o que me passa pela cabeça ou ideias que me surgem repentinamente...

É claro: quando me roubaram o saco (e a mala de 50kg), também me roubaram o meu Moleskine, aquele meu caderninho de capa preta, pequeno e tão meu.

Até fico com náuseas, só de pensar que as mão de um Filho da P*ta pousaram e abriram esse recanto do meu intimo, que leu o que lá estava, que cheirou o meu perfume que também lá pairava no meios das folhas, escritas a preto e em francês, na maior parte.

Esse monte de esterco não há de perceber quase nada do que lá estava escrito, nem mesmo desenhado, mas ainda assim... que nojo! Que revolta! Quais óculos - Jackie Oh! - , quais roupas, quais produtos de beleza! Também levaram uma edição antiquíssima do Primo Basílio; livro esse, que era da minha cara metade, e que lhe tinha sido presenteado pelo padrinho, com o resto da colecção do Eça.

Enfim, festejarei os meus anos este fim do mês... Alguém há de se lembrar de me oferecer um caderninho de capa preta, com certeza.