Desde que me lembro estar por Valença a trabalhar que sinto um mau estar quando passo perto do talho do rez-do-chão. Não é brincadeirinha, não é imaginação minha: qualquer coisa se passa.
O olhar do talhante e dos empregados é de tal maneira forte, nojento, e "despidor" que me sinto enxovalhada só de passar pela montra. E não posso fazer de outra forma, senão passar pela montra do talho, para ir tomar café, ou simplesmente trazer o meu correio. Damn!
Há uns tempos pr'a cá, estava a tomar o meu cafézinho ao balcão e a puxar 2 dedos de conversa com a dona do café (que tem um sotaque francês tão forte, que eu prefiro que ela fale francês comigo), e aparece o talhante... também para tomar café. Eram 11h05. Pôs-se a ouvir a nossa conversa agora vazia sobre o regresso da chuva e do frio. Despachei-me, fui embora.
Como de costume, o outro dia, voltei à mesma hora ao café, e lá estava ele, desta vez já no café. Senti novamente essa minha má disposição, e o olhar dele de carniceiro. Juntou-se o empregado, muito estranho também: um quase-anão, com olhos esbugalhados debaixo dos óculos em fundo de garrafa. Isso não pode ser realidade. Nem nos filmes de Tarantino!
No dia a seguir, já fui mais cedo: 10h30... mas lá aparece ele, passado uns instantes, e cada vez mais próximo de mim, no balcão. Já nem me sabe aquele instante, quase sagrado do meu café curto da manhã.
Enchi-me de coragem, e olhei o dito talhante, assim, directamente, sem medo. Não me encarou, olhou-me de esguelha como nos western spaguetti; só faltava a musiquinha no Ennio Morricone, em pano de fundo. Era asqueroso, viscoso, rastejante (não sei como, mas era)!!!
É vê-lo a manejar essa enorme faca na carne! Goza o momento, desfruta o cortar do pedaço! credo! Um dia apareço feita em pedaços na montra!
(é muito filme de terror desde pequenina...)
1 comentário:
Deve andar a "tirar-te" as medidas...
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