Qual é o meu desígnio na vida? O que faço aqui? Terei algum destino para cumprir? Nasci com alguma tarefa marcada?
Ás vezes paro, e questiono-me sobre a minha existência.
1. Versão existencialista:
Estou cá por acaso. Nasci do encontro ocasional de um espermatozoide e de um óvulo. Sou um ser humano de 31 anos de idade, que por razões sociais e políticas nasceu em França e por lá estudou, escolhendo por um mero acaso o curso de Direito, em Paris. Por simples vontade de mudanças de ares, também estudei em Coimbra. Conheci por encontro involuntário o meu marido.
2. Versão marxista:
Sou produto do proletariado, e estudei para servi-lo, sendo solidária, desprezando o grande kapital, e trabalhando para o bem público: o Estado. Realizei por instrumento público, o meu casamento, no sentido de procriar e fornecer, desta forma, ao Estado, outros trabalhadores para a grande Nação.
3. Versão liberal:
Nasci de dois imigrantes em França. Com trabalho árduo e frutuoso, os meus pais incentivaram-me a estudar numa das melhores faculdades de Direito de França. A minha mãe obrigou-me a frequentar um Conservatoire de Musique, para aprender piano, durante uns 12 anos. Da minha vontade, esforço e do meu mérito, consegui uma Maitrise en Droit, e um Master. Convivi com as elites.
Quis aventurar-me em Portugal. Conheci, durante a minha estadia na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, quem viria a ser o meu marido, atraente, engenheiro, culto, e de boas famílias.
4. Versão Cristã
Nasci de dois católicos, em França, sendo a mãe uma devota de Nossa Sr.ª de Fátima. Deus sempre me ajudou nas minhas escolhas, e percebi inumeras vezes que Ele estava a apontar-me para um caminho. Escolhi o curso de Direito, inconscientemente, mas no decurso dos estudos, percebi indubitavelmente que era o curso da minha vida. Com o cruzar de outras pessoas e de vivências decidi voltar às raízes da minha existência, e encontrar-me comigo própria. Quando resolvia partir de Coimbra, encontrei a minha alma gémea. Casamos passado 5 anos, na igreja de Santa Eulália, em Caminha.
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Suite, aux les prochains épisodes...
5 comentários:
porque não fazer uma versao personalizada? aqui vai a minha
Sou da geração passiva de 82. Os meus pais tiveram me em frança porque estavam a apaixonados e nao tinham nada a perder.
Fui Portugal porque estavas la e nao queria ir para letras Classicas.
Acabei com um namorado, e numa de depressiva experimentei a fotografia. Até agora. O Brasil chamou me por vozes amigas e hoje estou em Lisboa, à deriva....
agora o teu!
...SP tiveste um lado mais romanesco... Mto Simone de Beauvoir... uii!
O minha versão é sp + existencialista (ahhh Sartre!)... e no teu caso teria ido para Lettres Classiques na Sorbonne, assim, sem pestanejar. Daí as nossas diferenças.
No meu caso, espero q Deus algum dia me revela o meu desígnio, pq tou farta(issima) de procurar. Porque sim, também sou profundamente cristã com uma pitada de "deisme à la Voltaire"
Bonjour mes enfantes!
Vive la France...
Desastre total, minha cara.
As suas hipóteses passam todas ao lado. Da marxista à liberal, da existencialista à cristã. Está tudo errado.
A verdade é que você não existe. É apenas um sonho que eu estou a ter.
Oh Caro Colega! nada mau! é q costumam dizer-me q sou o nightmare de mta gente!
;)
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