terça-feira, fevereiro 27, 2007

Extrato de vida...

«...A vida tinha-lhe corrido como um raio de sol: quente e rápida.
Mas a dor... a dor lancinante e cruel, aquela que arrasta a dignidade , que corrói a alma, que escava o coração, chegou um belo domingo de Primavera, debaixo de uma oliveira, sem ser avisada.
A dor apareceu ao virar da esquina da casa, no almoço familiar, assim sem mais nem menos, anonima, horrenda.
O filho mais novo morreu debaixo de fogo, na frente.
O mensageiro não existia mais. Tudo parecia uma fita em ralenti, de um filme mudo.
Houve choros, gritos, gestos de desespero. As caras irreconheciveis disformavam-se em rictus abomináveis.
A vida estava-se a acabar-lhe.
"Deus, que injustiça! Que cobrança tão alta! Preferia a eternidade dos infernos! Leva-me! Não quero mais a vida que me escolhestes! Não suporto! Porquê? PORQUÊ??"...»

1 comentário:

jg disse...

Intocável.